Olá queridas mamães solteiras!
Tudo bem com você (s)?
Espero que tudo esteja caminhando bem e para o melhor!
Estava lendo os comentários de algumas de vocês e – como sempre – o assunto recorrente é o infeliz do produtor do espermatozóide que abandonou e largou e não quer saber da mãe e do filho.
Outro assunto recorrente é reclamar que não tem mais vida social e que não consegue ninguém que se interesse por você, porque você é mãe solteira e isso dificulta muito e etc.
Lendo e refletindo e pensando em como foi isso comigo – sim, porque passei por tudo isso – cheguei à seguinte conclusão:
Auto-estima= 0 (zero) – ou bem próxima disso.
E falta de mudar o foco.
Claro que isso é um processo lento, bem lento – mas acredito que seja natural também.
Num primeiro momento estamos felizes porque estamos grávidas e temos um macho da espécie ao nosso lado e vamos formar uma família perfeita. Ai, de repente e sem aviso prévio, o infeliz tasca-nos um pé na bunda e some do mapa. (isso quando ele esteve ao lado tempo suficiente para acreditarmos na história da família)
O que sobrou?
Frustração e um forte sentimento de rejeição.
Além do medo e da incerteza de como será, nesse mundo de Deus, criar um filho sozinha.
O que fazemos?
Recorremos à auto-piedade e sofremos.
Reação completamente normal e justificável.
Quem gosta de ser rejeitada? Ainda mais quando esses hormônios – para mim, obra do diabo – estão todos loucos e querendo acabar com a pouca sanidade mental que nos resta?
Claro que o caminho mais previsível é acreditar que nada mais na vida dará certo e que você nunca mais será feliz e que nunca mais encontrará outra pessoa, um pai para seu filho, nunca mais formará a família perfeita do começo da história.
Mas depois de um tempo (parece o comercial do protetor solar, eu sei) você começa a perceber que as coisas não são bem assim.
Quando começa a mudar o foco percebe que agora você não é mais “só você sozinha e abandonada”.
Você agora é uma família!
Independente de ter um macho da espécie ao lado, você agora é sim uma família.
E quando seu olhar recai sobre você e a família que formou, começa a perceber que o que você sentiu e como foi tratada não significam que você não tem o direito de ser feliz.
Porque começa a perceber que ter sido abandonada (caso seja seu caso) não foi uma conseqüência do que você fez, mas uma atitude da pessoa que estava com você e que você não tem culpa do que aconteceu.
Percebe que ter optado por criar um filho mesmo sabendo que seria quase impossível – senão de todo – que ele um dia conheça o pai não significa que seu rebento será infeliz, pois você tem a capacidade de ofertar amor por dois, três, quantos for necessário.
Percebe que ter um namorado que te aceite com seu filho não é o fim do caminho.
Que ter um namorado é uma opção e que você tem o direito de escolher, assim como antes da maternidade.
Você volta a se amar, valoriza sua vida, valoriza sua família e então tudo o que passou vai servir para você crescer e amadurecer para que possa, em seu tempo, passar esse crescimento adiante.
Para mim essa trajetória demorou mais ou menos uns três anos.
Eu não culpei o produtor do espermatozóide, pois foi um romance curto sem rompantes apaixonados nem juras de amor – a escolha por ter meu filho e criar sozinha foi minha.
Mas passei pela parte de querer um pai substituto e reclamar que nunca mais nenhum homem iria me desejar, que quem se aproximava de mim queria uma “refeição garantida sem compromisso” e essas coisas típicas de quem está com a auto estima zerada.
Demorou um tempo, mas um dia me dei conta de que eu e minha família me bastavam e que eu não precisava de um macho alfa para ocupar o lugar de um pai na vida do meu filho e para passearmos os três de mãos dadas no shopping para me sentir bem.
Quando me dei conta disso, de que eu era suficiente sozinha, tudo começou a fluir melhor.
Fiquei mais seletiva em relação aos homens com os quais me envolvia, pois o desespero não era mais meu guia.
E quando resolvi que iria engatar um namoro o discurso era bem diferente do que seria lá no começo da jornada.
Não quero um pseudo-pai para meu filho e eu sou uma família.
Se quiser agregar, seja bem vindo!
Se não, tenho certeza de que posso encontrar alguém – caso eu queira – que valerá a pena partilhar e compartilhar da família que somos eu e meu filho.
Quanto ao produtor do espermatozóide?
Ele não tem idéia do que está perdendo! Lipe é uma pessoa especial e que encanta a todos!
Quando pergunta do pai? “Um dia te levo para conhecer, caso você queira”.
E se isso acontecer, bem, será uma outra história.
O que quero dizer, com tudo isso é:
Ame-se!
Valorize-se!
Você vale muito!
Vale mais do que acredita.
Foque-se em você e na família que construiu e sentirá que tudo tem um motivo de ser nessa vida.
Força na jornada!