Olá querida Mamãe!
Hoje vou ser bem genérica
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Ando assistindo muito à TV com meu rebento e estou ficando muito, muito assustada com o que ando vendo.
Lembrei da minha época de infância inserida em uma família tradicional: papai, mamãe, filha mais velha (eu) e filho caçula.
Tudo redondinho como manda o figurino.
Época de Natal – é. Ele está chegando – era confraternização.
Íamos todos para a casa de uma tia, toda a família, e lá eram distribuídos os presentes que o Papai Noel deixava embaixo da árvore.
Lógico que a gente – a molecada – acreditava que o Papai Noel era quem deixava os brinquedos lá.
E brinquedo que era brincadeira!
Simplesmente um brinquedo para que a criança pudesse brincar. Imaginar, exercitar a criatividade. Essas coisas bem típicas de criança, sabe.
Hoje o brinquedo deixou de ser brincadeira e virou:
“estimula a área afetiva”
“estimula o raciocínio lógico”
“estimula a coordenação motora e psicológica”
Peraí!
Meu rebento precisa mesmo de um brinquedo que estimule raciocínio, afetividade, coordenação?
Na minha época estimulava a coordenação pulando corda, desenhando com lápis de cor e giz de cera.
Meu raciocínio era montar quebra cabeças, inventar jogos, procurar o melhor lugar para se esconder – isso é estratégia!, descobrir a melhor maneira de não mentir, mas também omitir a verdade, quando aprontava muito.
Minha afetividade era construída com minha cadelinha que mais vivia na rua do que em casa, com meus tantos patinhos amarelos, com meu porquinho da índia. E com os primos e primas, tios e tias, amigos da escola.
Hoje, além da comida industrializada, da cultura industrializada, do lazer que também virou indústria (o passeio só é legal se for no parque X ou Y), a educação e a construção do sentido de carinho está sendo industrializado também.
Tudo bem quererem me vender essa idéia.
Eu sou grande e tenho o mínimo de senso para saber o que é bom ou não.
Mas vejo meu rebento na frente da TV, mais empolgado com os comerciais do que com os desenhos, e me sinto preocupada, pois ele não sabe o que é bom ou não.
Nada contra, se você quiser comprar o cachorro que pede beijo, que bom pra você. Mas parece-me que, de repente, eu dando um cachorro que pede beijo me desobriga a incentivar em meu filho o sentimento de respeito e empatia por outro ser humano.
Se pudesse escolher o presente ideal para meu pimpolho hoje seria uma tarde junto aos amiguinhos, um bom banho no inicio da noite, uma comidinha bem gostosa e uma cama cheirosa para ele dormir.
Compartilhando a vida, aprendendo, se divertindo!
Mas hoje a tendência é cada um na sua, então, provavelmente, ele não terá essa tarde, restando-me escolher um dentro as centenas de super brinquedos que a TV vende, esperando que meu filho não entre nessa de que é melhor ter do que ser.
Apesar de que, outro dia, encontrei um brinquedinho de madeira feito artesanalmente que, esse sim, estimula o raciocínio lógico e a coordenação motora. Além da paciência. Haja paciência para montar aquilo!
Lipe levou para a escola no dia de brinquedo e fez o maior sucesso!
Olha a fotinho do brinquedo:
Não passa na TV, não é objeto de desejo, mas é brinquedo para brincar, como na minha época.
Ih, acho que estou saudosista.
Bem, deve ser a época do ano.
Enfim, boas escolhas para todas nós, não só nos presentes de Natal, mas no dia-a-dia.
Super verdade isso dos brinquedos. A minha pequena flor ainda e meio novinha pra prestar atenção nessas coisas, mas as vezes sinto q ela prefere uma latinha cheia de coisas q fazem barulho dentro do q aquele chocalho lindo e q estimula o "desenvolvimento da criança" (caríssimo!). kkk Viva ao pé no chão e os banhos de mangueira no jardim! Isso sim é divertido!
ResponderExcluirMeu rebento e eu, faz tempo, montamos com caixas de papelão um prédio que ele viu em uma revista. Até o lugar para as baleias nós deixamos. Pintamos a caixa (mais eu do que ele, pra ser honesta) inteira. Alias, o prédio!
ResponderExcluirA empolgação dele por brinquedos dura uma semana. Concluindo: tem quase um ano que aquele prédio de papelão está no canto do quarto e eu pedindo quase todos os dias pra poder desmontar. Ele deixa? Não! A barraca super cara com saco de dormir (maravilhosa!!) está em cima do guarda roupa e ele nem lembra que ela existe.
Resumo da ópera:
Acredito que somos nós que ensinamos essa coisa do ter para ser. Ou não. Ensinamos a ser.
Mas essa tarefinha, nos dias de hoje, tá bem complicada!
concordo completamente!!! meu pequeno por enquanto está com 5 meses, mas me pergunto como fazer para que o mundo dele não vire o consumismo puro que vejo em outros lares...
ResponderExcluirAfinal de contas, "brincar" é exatamente isto (treinar/estimular áreas a desenvolver). Aplicar recursivamente a ideia de "brinquedo educativo" só pode dar num brinquedo que educa de forma incompleta alguma outra área.
ResponderExcluirFelizmente as próprias crianças têm uma inteligência inata e acabam se concentrando nos brinquedos que mais "brincam". Meu filho ganhou N brinquedos já, mas o que ele gosta mesmo é de
a) carrinhos Hot Wheels, aqueles que custam o preço de um cafezinho.
b) um jogo de dominó, tanto para parear números quanto para fazer castelinhos que ele derruba :)
A menção das torres de Hanói (que V. colocou foto) foi interessante, é base de um problema computacional interessante também.