Curta

3 de nov. de 2011

Cadê meu pai?



Olá Querida Mãe Solteira,

Tudo bem com você?

Comigo? Caminhando, andando, seguindo canções infantis...

Hoje vou falar brevemente sobre um tema que, acredito, aflige muitas de nós:

“A ausência do pai. O que fazer com ela?”

Pois bem, o que fazer?

Alguma sugestão?

Se tiver, pode comentar aqui, enviar um e-mail ou ir ao fórum do S.O.S. para dar idéias.

Minha sugestão?

Bom, teríamos que analisar cada situação particularmente, pois cada relação é única e cada relação com essa ausência também é.

Ela sempre existirá ou é algo transitório?

Por exemplo, esse pai pode algum dia aparecer na vida de seu rebento/rebenta?

Caso haja essa possibilidade acredito que seja muito pertinente você, como mãe que ama seu filho/filha, começar desde já a criar essa imagem de pai, para evitar que, de repente, ele apareça “do nada” e seu filho/filha mostre-se absurdamente surpreso com a presença.

Nós, adultas, não gostamos de nos preparar para questões importantes de nossas vidas? Não queremos ter tempo para nos preparar para diversas situações? Coloque-se no lugar de seu pimpolho (a) e haja com sabedoria.

E se a ausência não tiver data pra acabar? 

Bem, supondo que exista uma figura masculina – avô, tio, padrinho – que está fazendo às vezes de figura paterna na qual seu menino poderá se espelhar e sua menina poderá se enamorar, o melhor é sempre contar com a verdade.

Meu rebento disse-me outro dia que papai do céu colocou uma “semente na minha cabeça” e foi parar na minha barriga e cresceu, cresceu e ele nasceu.

Foi lindo, original e eu fiquei pasma com as coisas que se passam na cabecinha de uma criança. Adorei a estória e reproduzi para quem quisesse - e não quisesse - ouvir.

Ok. Mas é a verdade?

Aos poucos fui introduzindo uma figura que, tenho quase certeza, sempre será marcada pela ausência: pai.

Disse que antes dele nascer eu “namorei” um rapaz e que então a sementinha foi parar na minha barriga. Que esse rapaz era o pai dele e que se um dia ele quiser conhecer, a mamãe vai dar um jeito.

Precisa mais que isso?

Depende da idade de seu pimpolho (a).

Pode ser que uma história muito simplista não seja suficiente e você tenha que contar mais detalhes, mas isso não é o fim do mundo. Acredite!

Lipe, ao contrário do que eu esperava – “Quero conhecer ele agora! Já! Vamos mamãe!” – não tocou mais no assunto, não indagou, não questionou.

Agora espero o tempo dele.

Sei que fiz o certo plantando a “sementinha na cabeça dele”, pois, caso um dia essa ausência cesse, não será extraordinário, fantástico ou sobrenatural essa “aparição”.

Será algo provável, algo que pode ser até natural.

Então, respondendo a questão:

- Use seu instinto materno e sua sabedoria respeitando os limites de seu filho/filha, mas (como ouvi outro dia) é melhor uma verdade feia do que uma mentira bonita.


Boas reflexões!