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11 de nov. de 2012

Muitos direitos garantidos! E pré conceitos também.



Olá queridas mães solteiras que sempre nos prestigiam e eventuais turistas.

Sejam todos bem vindos!

O site, quando de sua criação, tinha a intenção de abordar de forma bem humorada o universo de uma mãe solteira.

Sendo de livre acesso, acabou ganhando outros contornos.

Muitas mães chegam até aqui pedindo ajuda, orientação ou apenas em busca de apoio, pois quando encontramos alguém que se assemelha a nós, nos sentimos mais pertencentes ao mundo, de forma geral.

Eu sou mãe solteira há seis anos e já passei por algumas situações que dariam um bom livro!

Caras que chegam acreditando na “comida fácil” e que chamam para o Motel logo no terceiro encontro. Caras que se “infiltram” na vida do filho (a), projetando um futuro em conjunto, mas que depois da segunda página chegam ao final da estória, chamando para uma rapidinha. Caras que acreditam piamente que somos mulheres desesperadas e sem um pingo de auto estima e que ficam super indignados quando ouvem um não. Raro é encontrar um cara que queira ficar com você, apesar de ser mãe solteira. Alias, ficar qualquer um vai querer, porque vai te achar comida fácil. Mas se relacionar? É outra história.

Mas dá para entender porque esse tipo de pensamento povoa o imaginário coletivo, sabe.

No começo da minha gestação eu pensava, egoisticamente, que minha vida afetiva com machos da espécie estava fadada ao fim. Quando meu rebento nasceu, a tendência parecia demonstrar que meu destino estava selado: ser transa eventual de algum cara que não se importasse com o fato de eu ser mãe. Quando algum cara da “comida fácil” ou “infiltrado” aparecia, eu logo acreditava que seria o cara que queria ficar comigo, apesar de ser mãe.

Dei sorte (e você achou que eu ia escrever que dei outra coisa, né?!) e acabei conhecendo as intenções dos caras antes de virar refeição. Só que tem uma hora que isso cansa. Esperar para ver qual é a do rapaz não é a coisa mais romântica do mundo, concorda?

Então chega um dia no qual ou você para de esperar ou para de procurar.

Mas voltando ao pensamento egoísta!

Eu era egoísta, pois pensava apenas em mim e nas minhas relações futuras que estavam fadadas a não existirem mais. Não pensava na criança que crescia em meu útero e que não tinha culpa nenhuma em estar ali.

Mas com o tempo, e com os erros, aprendemos muitas coisas, ou uma ou duas, o que já ta de bom tamanho!

Aprendi que antes de mim, antes do produtor do espermatozóide, antes dos caras que farão ou não parte da minha vida, existe uma vida.

E essa vida, esse pequeno embrião que será um ser humano lindo e que, caso tudo dê muito certo, será um adulto honesto e saberá respeitar o próximo, tem direitos garantidos antes mesmo de nascer.

Existe um Estatuto que rege Leis que asseguram o direito de crianças e adolescentes: ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Este estatuto dispõe sobre proteção integral à criança e o adolescente e faz saber que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com total prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Assegura ainda que é direito da criança ser criada no seio de sua família e que não há distinção entre filhos havidos fora, ou não, do casamento.

Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais conjunta ou separadamente e o reconhecimento do estado de filiação é DIREITO personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição.

É direito da mãe solteira ter pensão alimentícia para grávida, ou alimentos gravídicos. A Lei n° 11.804, de 05/11/2008 dispõe que a grávida poderá entrar com ação contra o suposto pai para receber ajuda de custo no período da gravidez e que, quando a criança nascer viva (claro, óbvio) este benefício será revertido para a mesma.

Como também é direito da criança receber alimentos dos avos, quando a mãe (neste caso nem vamos falar do pai, ok) não tem como garantir o necessário para o seu desenvolvimento. Claro que você não vai entrar com uma ação contra seus pais se eles têm menos do que você; entretanto a lei garante à criança o acesso ao básico: alimentos, medicamentos, vestuário.

Você pode entrar com ação de pedido de alimentos (pensão alimentícia) contra o suposto pai, seus pais, os pais dele...

Ou pode optar por correr atrás e dar conta do recado sozinha.

Então, com tantos direitos garantidos sobre custos de criação, educação, saúde, por que as pessoas se preocupam mais com as relações econômicas do que com as afetivas?

Digo isso, pois um dos tantos anônimos que comentam em nosso site publicou uma reportagem na qual um padrasto foi obrigado a pagar alimentos para a enteada que desde cedo viveu sob a sua responsabilidade.

Eu fui na página da matéria e li comentários que me deixaram emputecida!

“Se antes mães solteiras já eram vistas com maus olhos, agora os homens devem fugir delas, pois, caso contrário, poderão ser processados e ainda ter que pagar pensão para o filho do outro.”

E depois dizem por aí que a gente (mães solteiras) viaja na maionese! – ainda se usa esse termo?

Então tenho uma definição, um conceito para encerrar o tópico de hoje:

(pre.con.cei.to)
sm.
1. Opinião ou ideia preconcebida sobre algo ou alguém, sem conhecimento ou reflexão; PREJULGAMENTO: "...existia algo no mundo que tornasse compulsório ou indispensável ter uma vocação? Positivamente não, trata-se de um mero preconceito." (João Ubaldo, Diário do farol.))
2. Atitude genérica de discriminação ou rejeição de pessoas, grupos, ideias etc., em relação a sexo, raça, nacionalidade, religião etc. (preconceito racial); INTOLERÂNCIA
3. Ideia ou juízo fundado em crendices e superstições; CISMA: Era um homem cheio de preconceitos irracionais.
[F.: pré - + conceito]


 Somos comida fácil; somos complicadas para um relacionamento, pois temos “história e passado” e um filho que evidencia que existiu outro homem em nossa vida; nosso filho sempre terá 100% de nossa atenção; a qualquer momento podemos pedir pensão alimentícia para quem se envolver com a gente.

Não estou falando que todos os homens do mundo devem desejar se relacionar com uma mãe solteira e que essa é a melhor experiência do mundo. Cada caso é um caso. Só acho pobre, pequeno, egoísta e preconceituoso quando um homem limita o tipo de relação que terá com uma mulher que tem um filho havido fora do casamento por ter tido uma experiência ruim no passado e generaliza todas as mulheres em situação semelhante, ou por acreditar mesmo que somos monstros prontas para dragar suas almas e seus bolsos.

E chega por hoje!


Boas reflexões!




6 de nov. de 2012

No paraíso também se padece!


Olá a todas queridas mamães solteiras que sempre nos prestigiam!

Como vai?

Tudo bem?

Espero que tudo esteja tranqüilo e que seu rebento/rebenta esteja muito saudável.

Andamos sumidas do site porque nosso rebento esteve meio doentinho.

Sempre me surpreende a capacidade que uma criança tem em mudar de estado de saúde.

À noite, vai dormir super saudável.

Ao amanhecer, acorda com dor de barriga, febre, vômitos, etc.

Me pergunto:

- Até quando, meu Deus?!

Masss são ossos do ofício!

Bem que as antigas diziam “ser mãe é padecer no paraíso”.

Gente sabida, essa de antigamente!

Sempre me questionei sobre o sentido oculto por detrás dessa frase.

Porque, quando meu rebento nasceu e olhei em seu rostinho tão pequeno e tão perfeito, senti mesmo que estava no paraíso.

E me questionava:

- Cadê o padecer?

Pois bem, meu bem. De tanto procurar, achei!

E não é em dose homeopática, não.

A coisa acontece de repente, e você acaba saindo da cama, sem tempo nem de arrumar o cabelo, correndo para um Pronto Socorro Infantil, com seu pimpolho(a) no colo, agonizando de dor, tremendo de febre ou outra doença qualquer que os acomete enquanto ainda não possuem defesas contra todas as doenças e viroses do mundo.

E lá vamos nós, sozinhas, para o PS Infantil...

Então, lá no PSi, tomamos um chá de cadeira enquanto nossos pimpolhos recebem atendimento médico super qualificado!

Por estar cansada de passar noites e madrugadas sentada em uma cadeira dura, proponho um abaixo assinado:

* Vamos reivindicar poltronas bem confortáveis em salas de observação de Pronto Socorro Infantil.

Somos mães zelosas e merecemos respeito por nossa coluna, afinal dependemos dela para carregar nossos filhos, quando doentinhos.

E também quero reivindicar o fim da tal “virose”:

* Queremos honestidade!!!

Se não sabe o que meu filho tem, não me venha com o diagnóstico de virose, faça o favor!

Seja honesto Sr. Dr.(a) e fale claramente:

- Desculpe-me, mãe solteira prestimosa e zelosa, mas não faço a menor ideia do que seu filho(a) tem, por isso vou dar um medicamento que serve para 59 tipos de sintomas diferentes e, seja lá o que essa criança tiver, pelo menos vai sair daqui melhor. Ah, e se não melhorar e a febre persistir, volte daqui três dias!

Exageros a parte, quando tenho que parar com meu rebento em um PS Infantil e olho ao lado e vejo mães sempre acompanhadas por seus maridos/pais, penso o seguinte:

Somos mesmo guerreiras! Damos conta do recado direitinho!

Então hoje não tenho reflexões para propor, mas venho aqui parabenizar cada uma de vocês que padecem no paraíso.

Só espero que isso, mais cedo ou mais tarde, acabe.

Se bem que daqui a pouco vem a adolescência...


Beijos a todas!