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28 de jun. de 2011

Escolhas dificeis



Olá de novo!

Não costumo alimentar o site diariamente, até por uma questão de tempo.

Além de ser mãe de Lipe em tempo integral, estudo, trabalho, namoro.

Detalhes pequenos, mas que acabam consumindo muito tempo, sabe.

Mas hoje sobrou mais tempo do que o habitual e consegui ler alguns comentários das leitoras e leitores do S.O.S. Mãe Solteira.

Não é que um filho sem pai deixou um comentário aqui?!

Primeiro fiquei feliz porque temos a oportunidade de ver o outro lado da história: é interessante ler o relato de um homem, pai de família, que foi criado sem conhecer o pai e tentar entender como isso afetou quem ele é hoje.

Depois fiquei um pouco triste e vou tentar explicar o porquê.

Segue um trecho do depoimento do nosso leitor anônimo:

“essas mães tão decididas precisam de mais postura e de frieza, não na hora de decidir sobre registro unilateral porque é muito facil decidir pelos outros, alguem decidil por mim! não importa quanto miseravel meu foi, o que importa pra mim é que eu queria o nome dele no meu registro, eu queria dar continuidade a história dele, não importa quanto cruel, egoista e inconsequente ele tenha sido, o que eu queria é poder colocar uma flor no tumulo dele e dizer: adeus Pai! valeu por tudo. (SIC)”

Eu entendo, ou tento entender, a frustração desse filho que não pode conhecer o pai e que viveu a vida imaginando como seria essa entidade.

Não teve oportunidade para se alegrar ou se frustrar com esse pai, pois ele só existia na sua imaginação.

E eu costumo dizer que brigar com a imaginação não rola. Nossa imaginação não tem limites – a realidade tem.

Quando imaginamos algo temos a tendência de idealizar e tudo então fica perfeito, como queríamos que fosse.

Em relação à realidade, bem, ela está aqui e ai – ela é o que é.

Se ele tivesse tido um pai poderia ter amado e odiado os pais, como normalmente acontece quando somos crianças.

O que me entristeceu no depoimento é o que quero agora ampliar. 

Vou mostrar o meu lado da história e, quem sabe, se esse leitor voltar aqui consiga entender porque, nós, mães solteiras, optamos por decidir por nossos filhos.

Quando eu me descobri grávida tinha duas opções:

1 – ter meu filho, sem um pai.

2 – não ter meu filho.

Não constava da lista de opções “ter um filho com um pai”.

Então não ter tido um pai pode ter sido ruim para Lipe e até poderá influenciar quem ele será no futuro. 

Não sei se será positivo ou negativo, mas juro que tenho tentando fazer com que ele se sinta muito amado para que essa falta não determine quem ele será negativamente.

Deveria ter escolhido a segunda opção?

Se tivesse feito isso teria privado o mundo de conhecer essa pessoinha tão linda e especial que faz com que ele tenha muito mais sentido!

Boas reflexões!

Vamos passear?


Você chegou aqui no site porque buscou algo referente à “mãe solteira” e se deparou com alguns artigos e alguns “desabafos” sobre uma mãe que é/está solteira, não é verdade?

Não é nosso intuito fazer da nossa experiência a verdade absoluta em termos de criar um filho sem pai.

O que pretendemos, em principio, foi criar um espaço no qual você pudesse se identificar e trocar experiências de forma agradável e com humor.

Eu já contei sobre minha caça a um pai e algumas experiências traumáticas que pretendo, num futuro próximo, não repetir.

Contei sobre a primeira vez na escola e até relatei o caso – verídico – no qual fui chamada para falar dos “problemas” do meu rebento.

Esse caso está em processo de analise, pois eu não sei muito bem o que fazer com ele.

Sabe como é: sou mãe de primeira viagem que pela primeira vez matriculou o filho em uma escola e foi ter uma “conversa séria” pela primeira vez com a diretora. Não estava preparada para o que aconteceu.

Mas, conforme for acontecendo, vou contando aqui. Pra adiantar, marquei a psicóloga para atestar a normalidade do meu rebento. 

Concordo que é ridículo querer atestar normalidade, mas preciso de “provas” para agir, quando souber como...

Hoje vou abordar um assunto que pode ser até de utilidade pública!

Eu sou uma mãe solteira que não planejou e que por isso não estava totalmente estabelecida financeiramente na vida.

Criança dá gasto, você deve saber.

E como quero que meu filho conheça mais do que a escola do bairro e o interior de nossa casa, aprendi a buscar passeios alternativos.

Então nossos passeios funcionam mais ou menos assim:

- salário caiu no banco: shopping com direito a brinquedos e lanche.

- segunda semana pós pagamento: lanche em casa, passeio ao shopping com direito a brinquedos.

- terceira semana: parque.

- quarta semana: parque.

Bem, tenho ouvido aqui e ali algumas mães afirmarem que não saem com os filhos porque não tem dinheiro, porque não tem um pai que pague pensão e que ajude com as despesas e etc.

Eu concordo que os gastos são grandes, ainda mais quando alguma virose sonsa chega para deixar na farmácia o rendimento de meio mês, mas existe saída para a crise – temporária, já que somos mulheres modernas correndo atrás do prejuízo e tentando nos estabelecer na vida, não é?

Eu esquematizei nossos passeios de acordo com o meu bolso e posso garantir que Lipe gosta tanto de ir ao shopping e comer um super lanche com direito a brinquedo quanto ir rolar na grama de algum parque com entrada gratuita com direito a pipoca e sorvete de palito.

Ás vezes até acho que ele gosta mais de rolar na grama...

A questão é a seguinte, querida mãe solteira: falta de grana não pode ser desculpa para você não levar seu pimpolho/pimpolha para passear.

Existem passeios alternativos que são tão, ou mais, divertidos do que os shoppings convencionais.

Mas você é uma mulher da era moderna e que trabalha a semana toda e que no final de semana tem que botar a casa em ordem e ainda precisa arrumar um tempo para descansar, não é?

Concordo!

Quando chega o sábado quero acordar bem tarde e passar o dia de perna pro ar.
Mas aí meu lindo príncipe me acorda cedo e pede para brincar.

Olho pros afazeres... olho para ele...

O que quero mesmo da vida?

Se me lembro bem, quero criar um ser humano digno e que saiba que é amado.

Digo até logo para os deveres de casa e levo meu filho para saudar a vida!

Até porque tudo passa tão rápido e ele tem crescido tanto que logo, logo vai chegar e pedir dinheiro para sair – com os amigos.

Então decidi que, enquanto puder, vou adiar o que pode ser adiado e curtir minha maternidade solteiríssima com essa pessoa tão maravilhosa que, como costumamos dizer (eu e Lipe):

- Papai do céu deu de presente para mim!


2 de jun. de 2011

Doenças Escolares - Escola Doente?

Olá, amigas.

Nem tudo são flores nessa coisa de maternidade, sabe.

Hoje vim aqui compartilhar um fato que me deixou profundamente indignada e espero que sirva como um exemplo para você estar preparada se algo semelhante acontecer com seu pimpolho/pimpolha.

Fui chamada na escola do meu rebento para uma conversa com a professora e a diretora. Leia aqui sobre o ingresso no pomposo Jardim I.

Sentei numa salinha de meio metro quadrado com o discurso ensaiado, pois realmente, nos últimos dias, ele vinha apresentando um comportamento mais agressivo dentro de casa.

Busquei junto a minha família o que de diferente havia acontecido que justificasse a mudança de comportamento e não encontrando nada, pensei que o problema estava lá na pompa do Jardim I.

Então vieram com um papinho de que meu filho deveria ter algum problema...

“Pensamos em retardo mental, em autismo, em hiperatividade, mas ele não se encaixa em nada e não sabemos o que fazer com ele, não sabemos por onde começar. Ele é muito inteligente, sabe escrever o nome inteiro, tem uma memória ótima, lembra coisas do inicio do ano. Mas ele deve ter algum problema.”

Vamos por partes, ok.

Meu Lipe amado tem quatro anos e está experimentando, pela primeira vez, a vida em sociedade.

Vive numa casa de adultos na qual ele é a única criança.

Como vocês sabem que sou mãe solteira e pedi guarita para meu querido papai (isso vocês não sabiam) ele é criado por mim e pelos avôs. 

Avô estraga, não educa.

Junte-se a isso minha culpa por ter tido um filho sem pai e você vai imaginar, minimamente, os mimos e dengos que essa criança linda e especial recebe.

Resumindo: temos muitas dificuldades para dizer não para ele.

Então tem três meses que uma criança de quatro anos de idade está inserida pela primeira vez na vida em sociedade e essa sociedade, na figura da professora e da diretora, espera dele um comportamento exemplar.

O que é comportamento exemplar?

Para mim é ter saúde para dar trabalho, é querer explorar o ambiente, sentir curiosidade por tudo o que está a sua volta, é querer se movimentar, querer compartilhar as experiências.

O que é para a escola dele?

Bom, desde que ele fique com o bumbum no chão ou na cadeira durante o período em que estiver na escola, desde que ele não brinque com o garfo, desde que não cante em sala de aula, desde que não interaja com os estímulos da sala de aula, ele poderá ter reconhecido um comportamento exemplar.

Então hoje me pergunto, por ter vivido, qual o papel da escola na vida de nossos filhos?

No que devemos acreditar?

Porque eu sou uma mãe que se importa e que procura conhecer o desenvolvimento do meu filho e porque estudo sobre isso, sei que ele não se encaixa em nenhuma patologia escolar.

Porque isso está na moda, assim como nós, mães solteiras.

Hiperatividade, transtorno de déficit de atenção, TDAH, dislexia são termos que viraram sinônimo de crianças ativas, que são curiosas e que não se encaixam mais no perfil da escola retrograda que temos por aí.

E estou trazendo hoje esse tema porque, infelizmente, nem todas as mães possuem o conhecimento sobre esses modismos de transtornos escolares.

Então, brevemente, vamos tentar diagnosticar essa criança de quatro anos de idade:

-Queixa da escola: ele não para quieto.

O que você deve observar: em casa, quando faz algo do interesse dele, ele consegue manter a atenção? Por exemplo, jogando videogame ou no computador ou vendo o desenho preferido ele fica lá, quietinho, paradinho e de tão quieto você até começa a pensar que está aprontando alguma? Pois bem, ele não tem nem hiperatividade nem déficit de atenção.
Uma criança com TDAH não consegue permanecer quietinha, nem quando acha a brincadeira muito legal.

Queixa: ele pode ter um rebaixamento cognitivo.

O que você deve observar: em casa ele consegue realizar as tarefas sozinho? Ele entende o que você quer dizer? Ele responde ao esperado para a idade? Porque não adianta você esperar que seu filho leia e escreva e saiba somar e subtrair com quatro ou cinco anos. Ele é capaz do esperado para a idade dele. Se for mais, ótimo! Se for menos, ai você realmente pode procurar ajuda de um profissional que esteja qualificado para avaliar seu pimpolho/pimpolha.


Queixa: ele pode ser autista.

O que você deve observar: ele consegue estabelecer laços sociais? Ele interage com os adultos a sua volta? Ele interage com outras crianças? Ele demonstra carinho e afeto? Se sim, descarte o que disseram na escola e busque ajuda profissional, mas para quem fez a queixa.

Queixa: ele não tem limites.

O que você deve observar: em casa ele também não tem limites? Ele obedece você ou você acaba fazendo todas as vontades dele? Se ele não obedece em casa, dificilmente irá obedecer na escola. O que você deve fazer é começar a criar regras mais claras e estabelecer limites. Existem técnicas da psicologia para mães que tem dificuldades em colocar limites nos filhos.

Mas ai seu filho realmente não para quieto dentro da escola e está dando trabalho para a professora.

Sugiro uma visita. Vá lá e observe o que acontece dentro da sala de aula. Se você se sentir entediada com tudo o que acontece, porque seu filho também não se sentiria?

Me indigna quando a sociedade recebe uma criança e, antes de conhecê-la, quer encaixá-la em algum distúrbio. 

Infelizmente nosso sistema educacional é falido e são poucos os que têm o privilégio de escolher a metodologia de ensino da escolinha dos filhos. A maioria das mães tem que aceitar a vaga que sobrou na escolinha do bairro e rezar para a professora ser legal.

Para tudo!!!

Vou rezar para a professora do meu filho ser legal com ele?

Não mesmo! 

O papel da professora não é ser legal, mas ser capaz de entender as diferenças entre as crianças que estão em sua sala de aula e transformar o período escolar em algo atrativo e motivacional.

O papel da escola é educar para a vida em sociedade, criar cidadãos.

Mas o que temos hoje são escolas que querem diagnosticar crianças saudáveis e que querem explorar o mundo em robozinhos que fiquem com a bunda grudada em suas cadeiras.

Enfim, é um assunto que rende mais...



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